Inclusão Digital: como pessoas não digitais se conectam?

Não estar na internet pode cada vez mais significar estar excluído, já que a tecnologia desempenha um papel central na vida cotidiana do século XXI. Contudo, mesmo com avanços tecnológicos e 81% da população brasileira se conectando digitalmente,¹ ainda existem indivíduos que não possuem acesso ou habilidades digitais. 

Neste artigo, exploraremos como essas pessoas não digitais estão se conectando em um mundo cada vez mais digitalizado.

Era da informação.

Desde a década de 50, vivemos a Era da Informação, período no qual a tecnologia é fundamental na relação entre pessoas, mercados e governos. 

As tecnologias foram avançando cada vez mais rápido, e hoje, o acesso a internet é um direito fundamental declarado pela ONU,² no entanto, assim como outros direitos, possui dificuldades de universalização.

A desigualdade digital no Brasil.

Embora o Brasil tenha o índice de inclusão bem acima da média mundial, os números de pessoas sem acesso à internet ainda são significativos: são 36 milhões de brasileiros sem conectividade.³

O perfil das pessoas não digitais é composto por pessoas negras, com 60 anos ou mais e pertencentes às classes D e E.³

Para Marta Arretche (cientista política e professora na USP), segundo pesquisas na área, os cidadãos podem ser divididos em dois tipos de usuários da internet:⁴

^

Adaptado de Nic.BR (2019). Desigualdades digitais no espaço urbano: um estudo sobre o acesso e o uso da internet na cidade de São Paulo. 

Na nossa realidade atual, é difícil enxergar as pessoas que não estão conectadas, afinal, a tecnologia pode estar presente no dia a dia delas, mesmo que de forma básica. Contudo, o acesso restrito e sem a devida qualidade também é um indicador de falta de acessibilidade digital.

Inclusão digital.

A inclusão digital é essencial para a democracia, visto que um dos pilares da democracia é o acesso à informação e, hoje, o principal meio que utilizamos para nos informar e comunicar é o digital.

Além disso, o acesso à internet impacta diretamente nas oportunidades de trabalho. Uma pesquisa da McKinsey & Company revelou que estamos deixando de empregar mais de 20 milhões de pessoas no mundo por conta da falta de competências digitais, numa era em que os trabalhos automatizados vêm crescendo cada vez mais.⁵

Ao analisarmos os dados da inclusão digital, precisamos levar em consideração o acesso a computadores e internet banda larga para realização de atividades complexas, além das imensas diferenças regionais e sociais de um país tão diverso como o Brasil.

Referências:

1. Ministério das Comunicações. 80% dos domicílios brasileiros possuem acesso à internet, aponta pesquisa. Disponível em: https://www.gov.br/mcom/pt-br/noticias/2023/maio/80-dos-domicilios-brasileiros-possuem-acesso-a-internet-aponta-pesquisa . Acesso: fev. 2024.
2. Politize! Inclusão digital no Brasil. Disponível em: https://www.politize.com.br/inclusao-digital-no-brasil/ . Acesso: fev. 2024.
3. Brasil de Fato. Desconectados: 36 milhões de pessoas sem internet refletem a desigualdade no Brasil. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2023/09/01/desconectados-36-milhoes-de-pessoas-sem-internet-refletem-a-desigualdade-no-brasil . Acesso: fev. 2024.
4. Nic.BR. Desigualdades digitais no espaço urbano: um estudo sobre o acesso e o uso da internet na cidade de São Paulo. https://cetic.br/media/docs/publicacoes/7/11454920191028-desigualdades_digitais_no_espaco_urbano.pdf
5. Mc Kinsey. Featured insights future of work jobs lost jobs gained what the future of work will mean for jobs skills and wages. https://www.mckinsey.com/featured-insights/future-of-work/jobs-lost-jobs-gained-what-the-future-of-work-will-mean-for-jobs-skills-and-wages/pt-br . Acesso: fev. 2024.